Quando menos se espera a vida prega peças, e nós, meros personagens de nossa própria história, somos empurrados ao proscênio do grande espetáculo que é redescobrir a nós mesmos.
Reencontrar nossos familiares, amigos de infâncias, velhos conhecidos, enfim rever algumas pessoas de nosso passado nos fazem viajar no tempo e recordar quem fomos, o que gostariamos de ser hoje, e a buscar o lugar exato onde nos perdemos de nós, ao trilhar a estrada do estar no mundo.
Me senti assim esses dias ... quando provoquei o encontro de tia e sobrinha, mãe e tia-avó (a depender de quem escreve!). Dessa junção de pessoas, almas se aproximaram, identificando a origem de sua personalidade tão incomum ... eis a semelhança entre os desiguais ... sei me agora parte desta família.
E para que esse momento jamais se perca no tempo, divido com vocês algumas letras de uma mulher a frente de seu tempo. Uma poesia de minha Tia-avó para minha avó.
Agradecimento
Nitinha - Campina Grande, 29 de outubro de 1965
Tereza, venho agradecer a ti
Por esses dias passados a teu lado
Por essas horas boas, que eu vivi
Quero dizer-te um muito obrigado
Quero contigo deixar, madrinha
As lembranças de que te atormentei
Te peço não zangar queridinha
Que da tua cara eu jamais esquecerei
Era, três, que eu me ria com elas
Além da cara de sempre, a cara de cortar carne
A cara de cochilar e a cara de ouvir novelas
Madrinha, com este um beijo te deixarei
E quando estiver distante, bem longe
Quando for cortar a carne, da tua cara lembrarei
* Para Têca de tua afilhada que muito te quer
Postado por Irla
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