Esta palavra diz um pouco de cada uma de nós, personagens muito diferentes diante da vida, ora meninas, ora mulheres, ora filhas dependentes, ora mães dadivosas, ora resignadas diante das angustias do mundo, ora revolucionárias na busca por um futuro mais humano. Nos desencontros, nos encontramos, e nessa MULTIPLICIDADE de personalidades, nos agrupamos. Somos, todas e cada uma, diferentes, porém iguais no gosto pela literatura.
quarta-feira, 5 de maio de 2010
CLARICEando
Domingo, aos 02 de maio, 19 horas e 30 minutos, nos reunimos na casa de uma de nossas integrantes, como o de costume.
Nesta última reunião chegamos a uma conclusão:
- Clarice é Filosofia.
É conseguir começar a história com uma vírgula (,) e terminar com dois pontos (:) e fazer todo o sentido.
É cogitar concluir com um PONTO final, e assim mesmo não ter um fim.
É incluir reticências dizendo sem palavras o que a liberdade da reflexão preferiu compreender.
É fazer uso de travessão e não dizer com a voz e sim com o suspiro e sussurro da meditação.
É começar uma única estória de várias maneiras, cada uma dizer coisas absolutamente diferentes e, ainda assim, o todo e as partes significarem muito.
É fundir seres, sentimentos e natureza, num elo que de tão harmônico, em cada canto do mundo vira filosofia, poesia, vida.
É servir de inspiração para amores impossíveis, sonhos intangíveis e vidas em mutação.
É dizer de emoções “clandestinas”, daquelas que não contamos a ninguém, nem a nossa própria consciência.
É expressar paixões, dores e angústia com exatidão e tão detalhadamente, que parece ter entrado em nossos corações e mentes arrancando pedaços de nós.
É falar da vida, de viver a vida, e do que representa a vida dentro de nós.
É desnudar nossos vícios, defeitos e crueldades com uma sutileza rasgada de quem diz sem dizer, o que não queremos ouvir.
É te apresentar ao espelho de sua alma, fazendo enxergar a verdadeira essência de sua personalidade.
É observar além das aparências, a nós mesmos, o outro e o mundo que nos cerca, e conseguir sentir o que cada um emana.
É te separar de você e depois reencontrar, como se pudesse dissociar corpo, mente e coração, e num abraço coletivo perdoar a tríade que sustenta tua existência.
É identificar os entraves de nossas identidades e tentar corrigi-los com a maturidade de quem diz: Viver dói!
É uma epifania ao descobrir quem verdadeiramente somos em nossa íntima relação com o Deus que vive em nossas consciências.
É gerar, dar luz, abortar, amamentar, ou não viver nada disso e ser mãe, mulher, ou nenhuma delas.
É construir e destruir, todo dia, os parasitas de nossa pessoalidade e apreender a SER humana.
Entre tantas reflexões, filosofamos, ou melhor, CLARICEAMOS, durante 1 ano e 3 meses, em torno dos 25 contos de Felicidade Clandestina.
Onde quer que esteja, seu espírito eterno, Clarice, obrigada por nos fazer entender a natureza da mulher que cada uma de nós É.
Irla
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Muito linda e verdadeira =)
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