"Escolher a própria máscara é o primeiro gesto voluntário humano, e solitário”.
Assim somos nós, SERES HUMANOS, assim é Clarice Lispector e sua misteriosa MÁSCARA.
Seguindo nossa paixão por Clarice, sua personalidade e obras, nos reunimos (algumas das integrantes do Clube) para assistir ao Documentário Especial – Clarice Lispector, gravado pela TV Cultura, cuja protagonista, obviamente, é nossa DIVA, Clarice, que teve Gastão Moreira como apresentador.
Desde já recomendamos a todos os fãs de Clarice que o assistam!
O programa começa com a seguinte colocação “se fosse inventada uma escala para medir abalos sísmicos literários, por certo, tudo o que Clarice Lispector escreveu atingiria grau máximo”.
O apresentador faz, ainda, a advertência de que “ela era uma terremoto completo!” e completa dizendo ser “preciso reconhecer que para mergulhar na leitura de Clarice Lispector é necessário certo preparo psicológico”.
Sobre a gravação, é composta de uma entrevista realizada em 1977 por Julio Lerner, pouco antes de Clarice morrer, onde ela fala sobre suas origens, a família, o ofício de escritora, como começou a escrever e sobre seu último livro, que acabara de escrever e ainda não sabia o nome (A Hora da Estrela).
- Eu acho que quando eu não escrevo estou morta! diz.
- Bem, agora eu morri, vamos ver se eu renasço de novo... por enquanto estou morta!... acrescenta.
O programa ainda traz depoimentos da cineasta SUZANA AMARAL (que transformou em filme o último livro de Clarice: A Hora da Estrela), falando sobre as personagens da escritora e seus olhares subjetivos; MARILENA ANSALDI (atriz e coreógrafa. Pioneira na criação de espetáculos que unem dança, teatro e recursos multimídia, a intérprete-criadora é precursora da dança-teatro no Brasil), protagonista de “Um Sopro de Vida” falando sobre solidão, MARIA BETHÂNIA declamando alguns poemas de Clarice; e a amiga OLGA BORELLI, falando sobre sua relação de amizade com a escritora, bem como sobre a doença de Clarice, um câncer generalizado que veio a provocar sua morte.
“Mistura de prosa, confissão, discursos internos e poesia. Clarice sempre soube resolver nossos mais secretos medos”, mais uma verdade colocada por Gastão no inicio do programa.
Questionada sobre quando começa sua carreira literária, Clarice revela que “antes dos 7 anos já escrevia, inclusive inventei uma história que não acaba nunca. [...] Quando comecei a ler e escrever, comecei a inventar pequenas histórias”.
Sobre sua produção literária na adolescência, ela afirmou “ser caótica, intensa, inteiramente fora da realidade da vida”.
Ouvir de Clarice frases como:
- Tinha uma timidez de ousada. Sou tímida e ousada ao mesmo tempo.
Ou ainda:
- Eu não sou uma profissional. Eu só escrevo quando eu quero. Eu sou amadora, e faço questão de continuar a ser amadora. Profissional é aquele que tem uma obrigação consigo mesmo de escrever, ou com o outro, em relação ao outro. Faço questão de não ser uma profissional para manter a minha liberdade.
fazem-nos ficar ainda mais intrigadas e apaixonadas pela personalidade de uma Mulher que busca o autoconhecimento pelas palavras, pela escrita, e, por que não, pela literatura.
Através dos livros-infantis, romances, contos e crônicas, Clarice atingiu vários públicos. Quando lhe perguntam se ela sentia mais facilidade em comunicar-se com criança ou adulto, mostra-se por inteiro. “Quando me comunico com criança é fácil, por que sou maternal. Quando me comunico com o adulto, na verdade, estou me comunicando com o mais secreto de mim mesma, aí é difícil. O adulto é triste e solitário. A criança é fantasia, solta”.
Essas e muitas outras falas de Clarice, no decorrer do documentário, reafirmaram nossa paixão por essa mulher que não teve medo de desvendar a si mesma.
Postado por Irla
Perdi a reunião... preciso urgentemente assistir!
ResponderExcluir